Olhos arregalados, mãos suadas, respiração ofegante. Com certeza, todos nós já experimentamos a sensação de medo. O que se sente quando se está em uma situação ameaçadora ou preocupante?
O medo é caracterizado, principalmente, pela ausência de racionalização, ou seja, quando estamos com medo, nosso cérebro é capaz de produzir pensamentos e hipóteses irreais, além de interromper qualquer produção de motivação, de modo a evitar que uma atitude impulsiva seja tomada. Desta forma, o medo não é apenas oneroso, implicando experiências desagradáveis e de pânico, a sensação de medo pode ser útil por se caracterizar também como uma alerta ao ser humano.
Sem a sensação de medo, ficamos órfãos de um bloqueio automático que pode ser de grande valia em uma situação de risco. Por exemplo, diante de um assalto, o medo, ainda que cause um sentimento angustiante, pode fazer com que a vítima não reaja, pois sabe que se reagir poderá sofrer uma agressão. Em uma linguagem mais clara, o medo funciona como um “filtro” para nossas atitudes.
O medo pode evoluir para outro quadro, chamado de “fobia”. Esta palavra vem do grego “phobia” que é uma derivação da palavra “phobos” que significa “pânico, terror”. Muitas pessoas vivenciam ou já vivenciaram algum tipo de fobia ao longo da vida. Um quadro fóbico conta com a desproporção entre o medo e a situação real, a diminuição de respostas voluntárias e a tendência a se evitar uma situação ameaçadora para o indivíduo, ainda que seja uma situação que não apresente real perigo. O medo, ainda, pode evoluir para um transtorno, o que necessita acompanhamento específico.
Entender que se sente medo e quais as situações causadoras do medo de cada um também é de grande importância quando se trabalha este sentimento. Um indivíduo pode apresentar uma vasta gama de situações que pode lhe provocar medo, portanto deve-se observar exatamente a forma com que cada um reage frente á circunstância ameaçadora, para que se possa identificar e abordar o medo de forma eficaz, uma vez que se trata de uma experiência única e particular.
Abraços a Todos e Ótima Semana =*
O medo é um sentimento instinto e primitivo que nos preserva a vida.
ResponderExcluirCarlos Drummond de Andrade tem um poema denominado de "Congresso Internacional do Medo":
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que estereliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
Ótimo tema!
Abraços!
Obrigada Bento!
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