quarta-feira, 9 de março de 2011

O Medo.

Olhos arregalados, mãos suadas, respiração ofegante. Com certeza, todos nós já experimentamos a sensação de medo. O que se sente quando se está em uma situação ameaçadora ou preocupante?

O medo é caracterizado, principalmente, pela ausência de racionalização, ou seja, quando estamos com medo, nosso cérebro é capaz de produzir pensamentos e hipóteses irreais, além de interromper qualquer produção de motivação, de modo a evitar que uma atitude impulsiva seja tomada. Desta forma, o medo não é apenas oneroso, implicando experiências desagradáveis e de pânico, a sensação de medo pode ser útil por se caracterizar também como uma alerta ao ser humano.

Sem a sensação de medo, ficamos órfãos de um bloqueio automático que pode ser de grande valia em uma situação de risco. Por exemplo, diante de um assalto, o medo, ainda que cause um sentimento angustiante, pode fazer com que a vítima não reaja, pois sabe que se reagir poderá sofrer uma agressão. Em uma linguagem mais clara, o medo funciona como um “filtro” para nossas atitudes.

O medo pode evoluir para outro quadro, chamado de “fobia”. Esta palavra vem do grego “phobia” que é uma derivação da palavra “phobos” que significa “pânico, terror”. Muitas pessoas vivenciam ou já vivenciaram algum tipo de fobia ao longo da vida. Um quadro fóbico conta com a desproporção entre o medo e a situação real, a diminuição de respostas voluntárias e a tendência a se evitar uma situação ameaçadora para o indivíduo, ainda que seja uma situação que não apresente real perigo. O medo, ainda, pode evoluir para um transtorno, o que necessita acompanhamento específico.

Entender que se sente medo e quais as situações causadoras do medo de cada um também é de grande importância quando se trabalha este sentimento. Um indivíduo pode apresentar uma vasta gama de situações que pode lhe provocar medo, portanto deve-se observar exatamente a forma com que cada um reage frente á circunstância ameaçadora, para que se possa identificar e abordar o medo de forma eficaz, uma vez que se trata de uma experiência única e particular.

Abraços a Todos e Ótima Semana =*

2 comentários:

  1. O medo é um sentimento instinto e primitivo que nos preserva a vida.

    Carlos Drummond de Andrade tem um poema denominado de "Congresso Internacional do Medo":

    Provisoriamente não cantaremos o amor,
    que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
    Cantaremos o medo, que estereliza os abraços,
    não cantaremos o ódio, porque este não existe,
    existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
    o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
    o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
    cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
    cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
    Depois morreremos de medo
    e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.

    Ótimo tema!

    Abraços!

    ResponderExcluir